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A integração entre deficientes auditivos e o aprendizado de Música, na Escola de Ensino Fundamental Astério de Campos.

Atualmente, o tema da escola inclusiva, tanto no ensino regular quanto na prática de atividades extracurriculares, tem recebido crescente atenção dos profissionais de educação bem como dos meios de comunicação.
Diante desse contexto a educação musical irá facilitar ainda mais essa inclusão, uma vez que a música é uma forma de comunicação universal, é a arte da identidade cultural de um povo, contribuindo para a socialização, desenvolvimento intelectual e a realização do indivíduo.
O presente trabalho baseia-se em atividades práticas musicais, e realizou-se na cidade de Belém, no Estado do Pará, em uma escola da rede pública de ensino, que atende apenas alunos deficientes auditivos, desde a estimulação precoce da criança e até a terceira série do Ensino Fundamental.
Foi utilizado na pesquisa o método cientifico qualitativo bibliográfico e de prática em campo.
Os motivos que levaram a pesquisadora ir a campo foram: o contato com a comunidade surda, a partir do ingresso em um curso Básico de LIBRAS, na mesma cidade e a curiosidade pela relevância do tema, dentre as demais discussões já existentes sobre este assunto, tendo como o objetivo não somente desenvolver uma atividade musical com crianças portadores de necessidades especiais, mas também de ampliar o acervo para pesquisas que ainda é bastante limitado.
A pesquisadora propôs a um grupo de oito crianças de idade entre nove a doze anos, alfabetizadas, em sua maioria com surdez profunda, uma possível integração da Música com as mesmas, oferecendo-lhes um aprendizado mais amplo nessa área de ensino das artes.

O trabalho em campo foi realizado diariamente, nos meses de novembro a dezembro de 2005, exceto nos dias em que a pesquisadora estava impossibilitada de ministrar as atividades, e nos dias em que as crianças se encontravam em outras obrigações escolares, tais como: atividades extra escolares em outros espaços, provas e outros.
No contexto desta pesquisa os oito alunos envolvidos eram todos deficientes auditivos, em sua maioria no nível de surdez profunda, segundo informado pelos professores da escola.
Quando as atividades musicais são desenvolvidas com os portadores de deficiência auditiva, estas requerem atenção, e cuidados especiais por parte do profissional, como por exemplo buscar recursos didáticos apropriados, podendo inclusive confeccionar instrumentos, pesquisar sobre as experiências e o processo educativo dos deficientes, fazer planos de aula e readaptar os métodos tradicionais de ensino de música.

Segundo Cervellini, “Ouvir e fazer música é uma possibilidade do homem, que lhe proporciona a alegria da realização pessoal, o enriquecimento de seu mundo interior, uma nova forma de comunicação”(1985, p.14). Assim, tocar instrumentos de percussão, ou mesmo emitir notas sonoras através da voz, permite ao aluno surdo essas possibilidades de desenvolvimento pessoal.
Podem também ser incluídos como objetivos da educação musical o melhoramento de certos aspectos da fala e do controle e coordenação do próprio corpo; estímulo à expressão corporal, imaginação e criatividade; desenvolvimento e atenção ao ritmo no ambiente da criança; além de contribuir para a socialização da criança surda (Fahey & Birkenshaw, 1972).

A criança surda ao tocar com as mãos o instrumento demonstra habilidade e domínio em uma área inesperada, percebendo e decifrando os sons de uma música em execução, realizando assim algo que muitos ouvintes normalmente não ousam tentar.
A partir de então, transforma a sua deficiência num detalhe menor de alguém que, mesmo sem a capacidade de ouvir os sons, se fará escutar.
Nenhum som teme o silêncio que o extingue. E nenhum silêncio existe que não esteja grávido de sons.
(FUKS)


O objetivo desta pesquisa em campo foi conhecer e entender a surdez, desenvolver a capacidade física e auditiva dos alunos envolvidos, e também estimular a sensibilidade destes à Música, através do próprio corpo.
A pesquisa somente foi possível pelo bom entrosamento obtido com outros professores e com os demais profissionais da escola. O trabalho em conjunto foi fundamental, pois os professores já conheciam seus alunos e sabiam suas habilidades específicas, o que proporcionou um melhor aproveitamento das atividades propostas.
Uma vez que os alunos têm uma deficiência física, isto acarreta desenvolver ou aguçar mais de um dos demais sentidos, em específico o da visão. Sendo assim, as atividades eram previamente planejadas considerando este aspecto.
***
E, ocorriam dispersões do grupo às atividades que eram propostas. A partir de então, desenvolveu-se a interiorização da concentração, do pulso e ritmo, e também trabalhar a coordenação motora e atividades em que estes estavam usufruindo de vários de seus sentidos.
Através de atividades trabalhadas e vivenciadas pelos mesmos, experimentar os parâmetros do som, mas também vivenciar mudanças de andamento.
Os recursos materiais cedidos sob empréstimo, pela instituição de ensino onde a pesquisadora era vinculada,. Que foram utilizadas durante o periodo para o período de campo os instrumentos de percussão. Como os intrumentos de percussão: clavas, tambor,musicais não eram suficiente ao grupo de alunos, a mesma teve a idéia de confeccionar seus próprios instrumentos, foi então quando surgiu a idea de confecionar reco-recos em canos de pvc.

Para isto, seria necessário o uso de uma ferramenta de metal, como um pequeno serrote ou lima ,que cortassem os canos numa medida de aproximadamente 20 cm, e com o uso de uma chave de fenda aquecida na chama de um fogo desenvolver na superfície do cano uma seqüência de ondulações. E com o uso de um ferro de menor espessura ou uma das partes de um“Rashi”, ou talher japonês, desenvolver os sons no reco-reco.

Foram trabalhados: parâmetros do som; o aprendizado dos sete sons; também como propostas de atividades, bandinhas rítmicas, direcionando para o trabalho em conjunto, assim o aprendizado foi mais eficaz e permitiu que todos participassem. Entre outras atividades tivemos jogos musicais, e todos eles adaptados aos deficientes auditivos, sempre realizados com o auxilio da professora da classe e a partir da criatividade da pesquisadora.
O meio de comunicação eram as LIBRAS e muitas das vezes eram criados sinais  e classificadores correspondentes para facilitar ainda mais o aprendizado. Raramente se utilizava do método da oralidade.
A pesquisadora se deparou com a seguinte situação problema:
O surdo apresenta grandes habilidades que o beneficiam em seu processo de desenvolvimento. Uma vez que muitos estam no mercado profissional. Assim sendo, como a Música poderia auxilia-los no seu processo educacional?
Em favor disso, a mesma teve que improvisar as aulas, e tinha sempre dois ou mais planos de aulas já prontos como proposta para uma segunda opção, para desenvolver a atividade que gerasse maior interesse e participação e sem que esta fosse uma atividade fatigante como a seguir descritas:
Para a musicoterapia como recurso psicopedagógico, acredita-se que ao apreciar o som, o deficiente auditivo interessasse mais ao ritmo e menos à melodia.
O fazer musical a partir de banda rítmica ou desfrutando de uma participação ativa na produção de ruídos irá facilitar a socialização e propiciará a satisfação própria.
Sendo assim, a musicoterapia será substituída pela educação musical, onde encontrará toda a metodologia da iniciação musical, especializada para o aluno surdo.
As ondas produzidas por corpos em vibração e transmitidas pelo ar, podem chegar a ser sentidas através da pele, dos músculos, dos ossos, do sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático, com o qual o d.a. Capta elementos tais como; o ritmo, acentuação, altura, a intensidade, a duração; isto é, somados à percepção interna do movimento, de seus músculos e articulações, permite a apreciação, quiçá de elementos do som, que aqueles que se encontram em plena posse de suas faculdades auditivas não podem discriminar (BENEZON,1985:136p.)

AtividadeI:
Aprendizado dos sete sons.
Nessa atividade foi sugerido que a Música possue sete sons, estes na sugestão serim “barulhos”, o conceito de som e música ainda era um pouco distorcido pelas mesmas. Então, foi ensinado aos mesmos que assim como cada pessoa tem um nome e é diferente da outra, na Música, cada um dos sete “barulhos” tem um nome e se diferenciam um do outro. E, elas se organizam  assim como o irmãos de uma família, o mais velho que nasce primeiro do que o do meio e este nasce antes que o irmão caçula.

Foi proposto aos alunos primeiro fazerem na datilologia  as notas, para depois aprender a pronuncia das mesmas. Depois a pesquisadora propõem uma dinâmica com as sete notas musicais: Sentadas no chão em um semi-circulo, sendo que, apenas uma das crianças ficaria sentada numa cadeira a frente com uma das clavas na mão, e conforme a sua vontade e sem olhar para traz (onde estaria o semi-circulo) levantava a clava para cima, estendendo o braço acima da cabeça, assim os alunos deste semi-circulo ficariam passando de mão em mão a outra clava estando atentos a criança da cadeira. A pesquisadora também estaria sentada junto aos demais, e esta perguntara para a criança que ficou com a clava nas mãos perguntas relacionadas as notas musicais, como por exemplo: Qual o nome da última nota musical? Ou da terceira? Ou como é chamada a nome que é o mesmo nome de algo que brilha muito, que nos forncesse calor? Todos particivam desta dinâmica, mesmo o que estava a frente, num dado momento ele também irá participar com o grupo.
Nesta atividade foi usado clavas, uma cadeira, o corpo, pincel atômico e quadro magnético.
Vale ressaltar que foi possível obter um aprendizado musical, eficaz com os envolvidos, importando-se com a percepção sonora, rítmica e disponibilidade de cada um dos envolvidos.
Este proposta foi apresentada no dia 09 de Fevereiro de 2006, como defesa de trabalho de conclusão do curso de Educação artística com habilitação em Música, pela Universidade do Estado do Pará.
Este projeto foi apresentado após meu trabalho de pesquisa de campo no XIX Simpósio Paranaense de Educação Musical, em 2006.

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