Prólogo Para Um Trabalho

Vídeo estilo cinematográfico/documentário, duração de no máximo 5 minutos, locução e roteiro já estão prontos.

ROTEIRO:
(Som ambiente suave, quase etéreo. Um relógio distante. Voz grave e enigmática inicia a narração.)
NARRADOR:
O que somos nós?
Somos aquilo que vemos no espelho... Ou o que os outros enxergam quando nos olham?
Nossa identidade é uma escolha... Ou um rótulo que nos é imposto?
(Cena de O Show de Truman – Truman percebendo que sua vida foi construída por outros.)
E se tudo o que sabemos sobre nós mesmos for uma ilusão?
Se formos o resultado das expectativas, das narrativas, das histórias que nos contaram?
Se nunca tivermos a chance de sermos… nós?
(Cena de Que Horas Ela Volta? – Jéssica enfrentando a patroa da mãe.)
Dizem que o lugar de uma pessoa depende de onde ela nasce, de quem são seus pais.
Mas quem decidiu essas regras? Quem nos convenceu de que certas portas não foram feitas para nós?
(Cena de Matrix – Morpheus oferecendo as pílulas a Neo.)
Vivemos em um sistema invisível.
Aceitamos as normas, os papéis, os estereótipos.
Mas será que algum dia escolhemos fazer parte disso?
(Cena de Medida Provisória – Pessoas negras sendo expulsas do Brasil por um decreto racista.)
Se sua existência for um problema para a sociedade, ela tentará apagá-lo.
Mas como se apaga alguém?
Negando sua história? Tornando invisível sua cultura?
Ou fingindo que nunca esteve aqui?
(Cena de Clube da Luta – "Você não é o seu emprego. Você não é o dinheiro que tem no banco.")
Nos dizem que somos aquilo que compramos.
Que nossa identidade está no que vestimos, no que dirigimos, no que possuímos.
Mas se tudo isso desaparecer... Ainda seremos nós mesmos?
(Cena de Cidade de Deus – "Dadinho é o c**, meu nome agora é Zé Pequeno.")
O que acontece quando a sociedade nos dá apenas duas escolhas:
Ser invisível… ou se tornar aquilo que esperam de nós?
Se alguém não vê futuro, pode construir um para si?
(Cena de Central do Brasil – Dora escrevendo cartas para pessoas que nunca foram ouvidas.)
Se nossas histórias não são contadas, nós existimos?
Se nossa voz não ecoa, temos o direito de sonhar?
(Cena de Pantera Negra – Killmonger falando sobre ancestralidade e identidade negra.)
A história não é neutra.
Quem a escreve decide quem será lembrado… e quem será esquecido.
Mas ninguém pode tirar de nós aquilo que somos.
(Cena de Ensaio Sobre a Cegueira – Pessoas perdendo a identidade na ausência da visão.)
E quando tudo o que nos define desaparece?
Se não pudermos mais ser reconhecidos pela nossa cor, nossa origem, nosso nome…
Quem seremos?
(Cena de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças – Joel percebendo que está perdendo Clementine.)
Se esquecêssemos tudo o que nos tornamos…
Ainda seríamos nós?
(Cena de Bacurau – O povo lutando contra aqueles que tentam apagá-los.)
Identidade não se apaga.
Não se destrói.
Ela resiste.
Ela luta.
Ela sobrevive.
(Cena de Interestelar – Cooper chorando ao ver os vídeos dos filhos.)
E se no fim, não formos apenas nossas escolhas, nossa história, nosso nome?
Se formos aqueles que amamos?
Se formos os momentos que compartilhamos?
Se nossa identidade estiver, acima de tudo, no que deixamos para trás?
(Pausa longa. Som de estática leve. O relógio para. Silêncio.)
Então, eu pergunto mais uma vez…
O que somos nós?

(Bittersweet simphony ao fundo, imagens de vários rostos de varias etnias)